PICASSO, PICASSO,PICASSO

terça-feira, setembro 05, 2006

Itinerâncias - Silves


"Quarenta e nove dias durou o ataque [relatado por um cruzado alemão que participou no cerco] (...) A armada subiu o rio Arade até junto das muralhas da cidade. Esta era magnífica, com os seus palácios, o seu comércio fervilhante, os seus mirantes e, espreitando por entre os muros,os jardins onde as árvores de fruto alternavam com as perfumadas flores." (in "Algarve" de José Victor Adragão).

Isto passava-se no reinado de D. Sancho I, que voltaria a perder Silves para os mouros, mas a sua conquista tornou-se efectiva em 1242.

Tempo dos frondosos laranjais, do Arade a correr, sinuoso e livre, sem aterros e lodaçais (também ainda sem a velha ponte medieval de D.AfonsoV,construída à imagem das sólidas pontes romanas),e importante estrada marítima .

Tempo da borbulhante cultura árabe, dos seus califas, palácios e poetas, de que Silves ainda é um belo exemplar.

Tempo de poetas, tempo do poeta Ibne Ammar que a Silves canta:

"O meu poema é para ti como um jardim que o zêfiro visitou
e sobre o qual se inclinou o orvalho nocturno
até que o fez florir.
Com o teu nome vesti-lhe uma túnica de ouro
com o teu louvor espalhei sobre ele
o perfume do amílscar."

Nestes meses de calor e de feiras, Silves casa-se maravilhosamente com a feira medieval, que a enche do colorido e dos odores ricos de outrora. Máquina do tempo a que dificilmente resisto, tentações múltiplas no cruzar de cada tendinha.

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