PICASSO, PICASSO,PICASSO

sábado, fevereiro 28, 2009

homem e natureza

Pascal Picq (Grande Prémio Moron da Academia Francesa)
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"(...)
O que é o Homem? É este o cerne do problema; todas as culturas do passado e do presente fizeram esta pergunta e deram respostas de uma diversidade desconcertante, com tantas verdades que todas elas se entrechocam na eterna interrogação que é apanágio do processo científico(...)
Nada disto é novo. O que constitui uma novidade é repensá-lo à luz dos progressos mais recentes da antropologia evolucionista. Sair de uma pré-história enclausurada numa visão da História centrada no Ocidente e nos seus arcaísmos.(...)
Existe, de facto, uma oposição entre o bípede viajante e descobridor confrontado com o saber instituído e repressivo, entre as pernas e o assento, entre a liberdade e a opressão.... A oposição secular entre a imanência e a transcendência, entre o conhecimento e a revelação, entre a liberdade de conhecer e a obediência beata.(...)
Esta nova história do homem tem como única ambição, já considerável, viabilizar uma outra história, desembaraçada do seu visceral antropocentrismo ocidental. Continua a ser um projecto predominantemente antropocêntrico, pois só o Homem pode falar sobre o Homem.(...)"

sábado, fevereiro 21, 2009

Darwin - bicentenário

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A visitar, a exposição comemorativa actualmente na Fundação Gulbenkian
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quarta-feira, fevereiro 18, 2009

de repente

"Secret de femme"in "mireilleturcot.chez-alice"
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Soneto da separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinicius de Moraes

terça-feira, fevereiro 17, 2009

identidade


"O Grito" - Eduard Munch


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Há os dias de olhar para trás. Sem balanços nessa mirada, tantas as luzinhas tremelicando em brilhos que inundam o caminho. Para mim é sempre assim. Cada ponto assombrando-me os passos, fantasmas que são carinhos a entretecer- me a vida e a história. Salpicos permanentes de afago e dor.

Não escolho as personagens que compõem o meu cenário. Todas se avolumam em séquito sem limites nem preferências. Abraço sem opções, o peito dorido no espanto de saber que, porque a todas amo, a todas traio, lhes forro as sombras com pedaços de alma que vou deixando pelo caminho. A própria identidade nesse amplexo.
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quinta-feira, fevereiro 05, 2009

País Relativo

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Por referência do "Causa Nossa", visitei o "País Relativo" e gostei do seu pensamento lógico. É que esta questão da má-língua nacional já tresanda a mesquinhez de carácter. O diz-que-disse pretende julgamento popular e não justiça. Depressa os portugueses esqueceram a Inquisição e a Pide, veículo destruidor de inimigos ou, simplesmente,de rivais.
Os homens e mulheres conscientes esperam a prova, não matam o réu antes do julgamento.
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música


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as sete filhas de eva

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"E, para minha surpresa, descobri que todos nos encontramos interligados, através das nossas mães, a umas quantas mulheres que viveram há dezenas de milhares de anos."
Bryan Sykes, Prof. de Genética da Universidade de Oxford, escreveu estas linhas há uns seis ou sete anos, aquando da publicação do seu livro "As Sete Filhas De Eva". Como sempre que se rompe com o estabelecido ou se percorre um caminho marcado pela competividade entre pares, este cientista lutou muito para ver reconhecido todo o mérito da sua investigação, hoje já consensualmente aceite naquele meio.
O seu livro relata alguns passos da descoberta do ADN mitocondrial, a sua especificidade feminina e a importância fundamental na identificação da ancestralidade clânica por via materna.
Esqueça-se o velho orgulho masculino. Eu descenderei de "Velda, Tara ou Yasmine...", não importa. Porém, a energia que me move chega-me, 45 mil anos depois, dessa mulher, ainda hoje identificável no sangue que me dá vida.
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esta linha que nos une

Envendos, finais do séc. XIX ou início do século XX.

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quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Dúvidas

"Noite estrelada sobre o Ródano" ou "O Café" - Van Gogh

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Sempre julguei únicos certos momentos. Mas que pensar daqueles que não abandonam a alma?! Sem ontem nem amanhã.
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