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sábado, setembro 09, 2006

Actualidade - Linha de apoio a professores

(in)
Quase todos sabemos o que se passa diariamente nas escolas. Porque somos pais ou professores. E somos, ou fomos, também estudantes. As últimas décadas viveram a degradação do ensino. Não estão em causa as alterações necessárias e positivas, a obrigatoriedade do ensino, a democratização no acesso ao mesmo. O problema é que foram esquecidas as outras medidas complementares que a situação exigia : uma maior e mais heterogénea frequência escolar impõe um reforço de organização disciplinar que não significa repressão, mas que se chama autoridade. E isso falhou completamente. Terá que ver com a contextualização, uma sociedade marcada por uma revolução repositora da liberdade e pela suposta integração de uma cada vez maior chegada de imigrantes.

O primeiro ítem serviu de máscara ao abandalhamento: professor que não dê aulas a "brincar" não é bem-quisto, esquecendo-se que cada professor tem a sua personalidade e que não é menos competente aquele que não opta por essa estratégia. Estratégia tão na moda e, para mim, bastante similar àquela que passou a vigorar nas famílias, em que os pais terão que ser "irmãos" dos filhos para que tudo pareça correr bem, isto é, as crianças controlando a família através de exigências quase sempre conseguidas, impreparando-as para as dificuldades da vida e impondo, também na escola, o seu domínio, escudadas por esses pais, perdidos para os reais valores da liberdade.

O segundo, tão verdadeiro em Portugal como noutros países, resulta de uma série de problemas que ninguém aposta em resolver, e dos quais, inicialmente, ninguém suporia as consequências. O imigrante empresta os seus braços, vive na miséria e/ou na ilegalidade, os filhos vão ou não à escola, sem grandes objectivos inculcados numa vida de subsistência.

Claro que esta simplificação pode ser redutora, mas impõe-se a integração e a melhoria social da população desfavorecida, imigrante ou não, como se impõe o restabelecimento da autoridade do professor e o seu acompanhamento. Talvez, agora, se dê oportunidade para tirar o véu com que muitos docentes têm escondido o seu dia-a-dia na escola, onde não direi que a maioria sofre de violência, mas seguramente de indisciplina, meio-caminho para aquela e também para o famoso insucesso escolar.Vem isto a propósito do art. publicado hoje no "Público" como se pode ver no excerto que se segue:

"Os docentes vítimas de violência e indisciplina nas escolas podem contar a partir de segunda-feira com o apoio psicológico e jurídico de especialistas através de uma linha telefónica gratuita, promovida pela Associação Nacional de Professores(ANP). "(09.09.2006 - 10h27 Lusa )

"A equipa de técnicos estará acessível através do número 808962006, todos os dias úteis, entre as 11h00 e as 12h30 e entre as 18h30 e as 20h00"
Mas lembra-me também o art. que veio a público num jornal alemão, acusando a actualidade do tema :

"Como resposta aos problemas de violência nas escolas alemãs, representantes dos partidos políticos pediram nesta quarta-feira (05/04) medidas para recuperar anos de negligência na integração de crianças de origem estrangeira e de seus pais na sociedade alemã."
Como é feito, recentemente, e com iguais preocupações num jornal francês:

"Carte scolaire : la fin d'un tabou, par François Dubet et Marie Duru-Bellat
LE MONDE 08.09.06 15h24 • Mis à jour le 08.09.06 15h24
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