PICASSO, PICASSO,PICASSO

domingo, abril 22, 2007

Estórias

Eterno Retorno
Quando penso em poemas de amor, recordo sempre a história poética de meu pai, que, embora bastante letrado, não tinha particular inclinação para essa arte. Percebeu sempre, no entanto, a boa repercussão de um verso no coração feminino. Por isso, e porque se apaixonou com alguma frequência, durante toda a sua longa vida escreveu um único poema. Mostrava esse soneto com o orgulho de quem pratica difícil feito e publicou-o repetidamente, sempre que as circunstâncias amorosas aconselharam a sua dedicatória a alguma bonita donzela. Guardava religiosamente esses jornais e era divertido constatar a discrepância das datas na constância expressiva...
Eis um excerto:

"Era noite. Arfando em paixões meu seio
Nas suaves diversões de um promenade,
..............(...).........................
Então, adormecido, em devaneio
vejo uma fada, candida Deidade,
A inspirar-me amor e felicidade
Com esta expressão:"Não tenhas receio".
..............(...)...........................
Que esse rosto repleto de afeição
De uma alvura celestial e radiante,
Era o puro ideal do meu coração!..."
*
Ainda hoje me fazem rir, contexto e estilo.

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