PICASSO, PICASSO,PICASSO

segunda-feira, novembro 23, 2009

homem versus obra

imagem Daqui
Dei o giro do costume pela Fnac. Os livros, principalmente os livros, quem me dera ser o Marcelo para os conhecer a todos, hoje mal consigo avaliar, confundida na profusão de autores e obras - tão longe a época em que separávamos, rapidamente, o trigo do joio! E a atracção pelas tecnologias a arrastar-me inexoravelmente até às novidades do sector e perante elas me inclinar, seduzida e devota. Porém, estas linhas dedico-as ao António Lobo Antunes. Não vi ainda a última obra, mas a entrevista da Judite de Sousa. Uma conversa que me tocou, e deixou perplexa também. Sou das que acham que um homem é (também) a obra, mas não apenas isso. Por vezes, bem pior do que isso. A conduta pessoal de grandes autores já criou em mim anticorpos preconceituosos. Mas Lobo Antunes surpreendeu-me : de repente parece que o escritor se abriu ao homem, que está mais próximo, menos denso o casulo que o reveste, separando-o dos mortais. Bem vindo, escritor, ao mundo dos afectos.

sábado, novembro 21, 2009

My Name is Kikas

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(este vídeo mostra como tenho crescido)

terça-feira, outubro 13, 2009

jornais e políticas

confrangedor debate
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José Manuel Fernandes e Henrique Monteiro acabam de protagonizar uma miserável "mise-em scéne" nos Prós e Contras. Acusações ao colega João Marcelino que se viraram contra os próprios, boomerangues certeiros. Chegaram ao insulto do percurso profissional (incursões na área desportiva!!!), esquecendo como o próprio currículum parece ter empobrecido a sua (deles) ética.
Triste figura! Imaginam-nos também imbecis. Já todos percebemos como nascem muitas das histórias com que estas alianças entre jornais e políticos enxovalham muitos deles. Como se fosse preciso! Um espelho por perto não seria má ideia, que todos provêm deste inocente e honesto povo meridional (cruzes canhoto!), tão orgulhoso de cunhas, Isaltinos, Valentins, Felgueiras ou quejandos....
Estranho mesmo é o nome e a figura que puseram em cena.

quarta-feira, setembro 09, 2009

e ainda a Kikas

ela agora está assim....

e assim....

domingo, setembro 06, 2009

fraquezas de memória - a dra. ferreira leite

"Se chegar ao Governo, a dra. Ferreira Leite extinguirá o pagamento especial por conta que a dra. Ferreira Leite criou em 2001; a primeira-ministra dra. Ferreira Leite alterará o regime do IVA, que a ministra das Finanças dra. Ferreira Leite, em 2002, aumentou de 17 para 19% ; promoverá a motivação e valorização dos funcionários públicos cujos salários a dra. Ferreira Leite congelou em 2003; consolidará efectiva, e não apenas aparentemente, o défice que a dra. Ferreira Leite maquilhou com receitas extraordinárias em 2002, 2003 e 2004; e levará a paz às escolas, onde o desagrado dos alunos com a ministra da Educação dra. Ferreira Leite chegou, em 1994, ao ponto de lhe exibirem os traseiros."
Ainda longe de casa e em quase férias, continuo sem muita oportunidade/vontade de blogar. Mas ele há momentos!....Não resisti em contribuir para actualizar a memória de alguns distraídos...Peço desculpa ao autor do blogue "Escrita em Dia" por ter retirado este texto das suas mensagens.

terça-feira, julho 28, 2009

Kikas

Há amores e amores, todos eles importantes.


Vim a Lisboa buscar a Kikas que, a partir de agora, será um dos amores da minha vida.
Temporariamente "longe" da civilização e com um acesso restrito à net, quase esqueço o mundo e os seus conflitos, as próximas eleições e as politiquices do costume. Mas virei votar para "unir Lisboa" e não permitir que se "rasguem" medidas sociais. Quero um Portugal emancipado do seu quase terceiro - mundismo. Espero usar o TGV nos próximos anos, com as vantagens que já experimentei além-fronteiras.



Por hoje, que VIVA A KIKAS.

sábado, junho 06, 2009

dois sentidos

Chorando-Picasso
poema de Manuel Alegre
Havia dentro das palavras
multidões a correr em cada imagem
praças cheias de versos e versos cheios de
gente. Havia uma rua pela página acima
e folhas e folhas pela rua. Havia o teu rosto
na cidade. Ou talvez a cidade no teu rosto.
Havia naquele dia o que
se via e não se via. E só se ouvia
o que não se
ouvia.
Era uma surda obsessiva
litania. Ou talvez
poesia.


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eu voto europa

Faço minhas estas palavras do sábio "jumento", explicitando bem o "sentido da coisa". Abaixo a lavagem de mãos à Pilatos e o voto branco que a ninguém ajuda. É este o povo que somos e os muitos candidatos que temos. Não servem para si? Apresente-se ou incite alguém que lhe mereça confiança. Não há ninguém? Então somos todos moribundos.

"Eu voto Europa. (...)Mas a Europa está acima da má qualidade dos nossos políticos e nenhum deputado ficará por eleger, se não for eu a escolher serão outros e numa eleição onde o voto mais militante tem mais peso relativo são precisamente os que são contra a União Europeia os beneficiados.(...)"
Veja o texto integral em http://jumento.blogspot.com/2009/06/
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e a ti, quem te vestiu?

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Eram os "Globos de Ouro". Só o nome enche e quase atabafa os anelos de qualquer um. As emoções de jovens - que "tinham chegado lá", que viam trabalho e sonhos recompensados, quem sabe talvez só por horas ou dias, que a fama depressa se escoa como areia - misturadas com a daqueles que sentem o tempo a esmorecer tão rápido já.

- "Agradeço a este, àquele e ao outro, beijinhos, beijinhos, beijinhos".
-"Ai, mas que linda, e tu, que bem, o teu vestido é liiiinndo!! Dá lá uma voltinha !"
E a "mais brilhantíssima" (???!!!) noite deste país quase resumida (salvou-a afinal a emocionada solidariedade entre dois companheiros de teatro) e com que ironia, na pergunta atirada ao actor, como se dela dependesse a honra de todo e qualquer merecimento: -"e a ti, quem te vestiu?"
Senti um enorme alívio , ouvindo-o retorquir:
-"Não vás por aí, vesti-me eu, com aquilo que apanhei lá por casa!..."

Um Globo para o Diogo Morgado só pela resposta. E já agora, outro para a menina pelo tanto a aprender na vida, pela patetice ingente que lhe veio desta sociedade vazia, tão perdida para o que pode ou não pode valer a pena.

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sexta-feira, junho 05, 2009

Absurdos ou será que não?...

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Espanta-me uma extraordinária notícia que vê a luz do dia neste período eleitoral:
Uma muito próxima colaboradora de Santana Lopes é constituída arguida por factos camarários da sua responsabilidade. Santana não.
Jorge Sampaio e João Soares aparecem como possíveis (!!!!)responsáveis de ilícitos de que apenas há indícios e entretanto prescritos!
Imagine-se!!! A nossa pseudo-justiça (segundo os media, uma procuradora que assina o relatório) arroga-se o direito de sujar os nomes que entende, já que não investigou os ditos indícios até apurar os factos, os quais, para mais, a imprensa já veio atribuir a administração anterior aos referidos autarcas, de acordo com a época a que dizem respeito. Independência?
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independências

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Curiosamente, muito boa gente considera-se acima do comum dos mortais apenas porque ocupa determinado cargo onde,supostamente, é preciso independência nas atitudes, nos julgamentos, nas decisões.
Pergunto-me: - faz-se tábua rasa por lavagem do cérebro ? E as contingências do meio, da educação, das crenças, das preferências e credos, da educação informal ? Tudo se apaga no momento da assunção dum posto?
Estas questões não me tornam ingénua nem sequer totalmente céptica. Ainda acredito no carácter formado em ideais, na ética e honestidade sobrepondo-se a interesses próprios. No fundo, ainda acredito que este país - e o mundo - repense a educação para além do tecnicismo e que reabsorva a importância dos humanismos, que deixámos cair em desuso.
Talvez deixemos de ter as notícias e os jornalistas que temos, as "roubalheiras" e as injustiças que temos, os políticos e as ululantes claques que temos.

a bom entendedor...

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e o que nos falta...

Penso se haverá, ainda, solução para este nosso problema comportamental, já quase congénito. Para quando uma disciplina escolar de ética, de honra?! Onde, os professores?
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o que somos

traulitadas...

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oportunas críticas:

Jaime Gama e a ironia profunda "Ontem, ouvi Jaime Gama convidando os partidos a chegar a acordo na eleição do Provedor de Justiça: "Se se entenderam sobre a lei do financiamento dos partidos..." De facto, políticos sabendo usar a ironia são peixes de águas profundas, escasseiam cada vez mais. "

Sampaio espantado com falta de "lealdade" do Ministério Público
"Muito me espanta que o MP se pronuncie, agora, inutilmente, sobre factos de há mais de 13 anos, sem ter tido a lealdade de ouvir os visados, sabendo que, concluindo pela prescrição, e publicitado o seu despacho, deixava no ar uma suspeita", lê-se no comunicado divulgado pelo gabinete de Sampaio.

Alerta realizador Pedro Costa "Portugal sempre foi muito débil em muitos aspectos. Mas era um país pequeno que guardaria a sua elegância, que tinha alguma elegância. Um país suave, temperado e agradável de se viver", disse. "A pouco e pouco está a tornar-se muito desagradável viver em Portugal perante o espectáculo ultra-degradante nos media, nas televisões, na rua. Entre uma classe burguesa totalmente inculta e obscena na sua ostentação, no seu disparate",

e ainda...

Bastonadas certeiras : António Marinho Pinto (...)Só nesta semana, atacou em três frentes distintas e com bastonadas certeiras. Nos advogados, desde logo, ao declarar que existem 'especialistas' em ajudar clientes a praticarem actos ilícitos, sobretudo na área económica. Uma autêntica blasfémia, para certas virgens púdicas, como se a classe fosse imune a vigaristas. Na verdade, a acusação não devia ser deixada no ar, sem a denúncia de casos concretos. Mas, como Marinho observa, quem condena o tráfico de droga também não está obrigado a dizer os nomes dos traficantes (...)

sexta-feira, maio 01, 2009

mulheres, sexo, greve e política através dos tempos

(ver:






(Patrícia Nyaundi, directora executiva da Federação de Mulheres Advogadas no Quénia).
"2O Women’s Development Organization, grupo activista feminino, está a apelar às mulheres quenianas que façam uma greve de sexo de sete dias em nome da estabilidade política do país. (in http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1377843) "
Vivemos num mundo onde as comemorações são pão-nosso de cada dia sem que daí advenham mais do que lembranças mutiladas dos momentos mais ou menos singulares e/ou heróicos, sem resultados praticos e que se esgotam em si mesmas. Por isso, como me ressuscita e alegra aplaudir as mulheres quenianas que deitam mão do recurso de que dispõem para mudar o seu país e, com ele, os nossos.

ausência...



Que razão melhor para o tempo que não tenho dado a este recanto dos meus múrmúrios? Esquecendo o custo da banda larga móvel, claro, agora que tenho andado ausente do meu " acampamento-base".

sábado, março 28, 2009

o contingente somos nós



Um qualquer insucesso fragilizante e o espectro da encruzilhada surge: ou me reduzo à dimensão microscópica, num universo de deuses e heróis, ou me agiganto, nesta "sucessão de contingências" que é a vida. Sem arrimos teleológicos, sem a crença em princípio e fim, vence quem fica de pé, herói por si próprio .
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sexta-feira, março 20, 2009

equinócio da Primavera

entardecer em Portara
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O equinócio da Primavera visto e explicado no "Astronomy Picture of the Day Archive", in "NASA"
"Hoje, o Sol cruza o equador celeste na posição norte 11:44 UT. Conhecido como um equinócio, este evento astronômico marca o primeiro dia da Primavera no hemisfério norte e Outono no sul.Também marca o início de Norouz, o ano novo persa (iraniano). Equinox significa noite igual. Com o Sol sobre o celeste, os moradores da Terra irão sentir quase 12 horas de luz e 12 horas de escuridão. Claro, no norte os dias vão crescer mais, o Sol marchando mais alto no céu quando o Verão se aproxima. Para celebrar o equinócio, considere esta visão cênica do sol da ilha de Naxos, no Mar Egeu. Gravado em Junho último, a bem-planeada imagem capta o Portara (grande porta) numa silhueta dramática. Medindo cerca de 6 por 3,5 metros, o Portara é a grande entrada para o inacabado templo de Apolo , em Naxos, ilha grega da Antiguidade,"
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dança da vida

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Conhecido pintor e gravador de angústias existenciais, nasceu na Noruega, em 1863, mas foi em Paris que fez contacto com os pós-impressionistas, especialmente Toulouse-Lautrec e Gauguin, de quem recebeu reconhecida influência.

quarta-feira, março 18, 2009

terça-feira, março 10, 2009

sonoridade e escrita

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Senti como minha a sensibilidade relativa à escrita, tal como vem tratada no "Da Literatura". Daí o impulso de recomendar a sua leitura em lugar de a comentar. Apesar disso, cá vai um excerto:
´A esta ideia de continuidade poderia associar­‑se a consciência da profunda relação entre o som e o sentido das palavras, que Gracq considerava estar presente em qualquer verdadeiro escritor, independentemente de a sua arte verbal se concretizar na poesia ou na prosa: «Même dans la prose, il faut que le son sache tenir tête au sens. On n'est pas écrivain sans avoir le sentiment que le son, dans le mot, vient lester le sens, et que le poids dont il est ainsi doté peut l'entraîner légitimement, à l'occasion, dans de singulières excursions centrifuges. L'écriture comme la lecture est mouvement, et le mot s'y comporte en conséquence comme un mobile dont la masse, à si peu qu'elle se réduise, ne peut jamais être tenu pour nulle, et peut sensiblement infléchir la direction».`

terça-feira, março 03, 2009

os dias

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Acordou-me o som agudo do vento a balouçar as folhas. Escusei-me a entender o choro interior que me alagava a alma. Sem querer, pensei: " um dia de rimas". Os uivos em uníssono, camuflados os segredos que espezinhamos nos sorrisos de todos os dias. O olhar longe, a procura dos cumes, o sonho que nem se imagina, a asa de Ícaro. E a vida passando sinuosa, indiferente, corrompida.
Não abri a alma, pensei apenas como era um bom dia para rimas.
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sábado, fevereiro 28, 2009

homem e natureza

Pascal Picq (Grande Prémio Moron da Academia Francesa)
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"(...)
O que é o Homem? É este o cerne do problema; todas as culturas do passado e do presente fizeram esta pergunta e deram respostas de uma diversidade desconcertante, com tantas verdades que todas elas se entrechocam na eterna interrogação que é apanágio do processo científico(...)
Nada disto é novo. O que constitui uma novidade é repensá-lo à luz dos progressos mais recentes da antropologia evolucionista. Sair de uma pré-história enclausurada numa visão da História centrada no Ocidente e nos seus arcaísmos.(...)
Existe, de facto, uma oposição entre o bípede viajante e descobridor confrontado com o saber instituído e repressivo, entre as pernas e o assento, entre a liberdade e a opressão.... A oposição secular entre a imanência e a transcendência, entre o conhecimento e a revelação, entre a liberdade de conhecer e a obediência beata.(...)
Esta nova história do homem tem como única ambição, já considerável, viabilizar uma outra história, desembaraçada do seu visceral antropocentrismo ocidental. Continua a ser um projecto predominantemente antropocêntrico, pois só o Homem pode falar sobre o Homem.(...)"

sábado, fevereiro 21, 2009

Darwin - bicentenário

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A visitar, a exposição comemorativa actualmente na Fundação Gulbenkian
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quarta-feira, fevereiro 18, 2009

de repente

"Secret de femme"in "mireilleturcot.chez-alice"
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Soneto da separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinicius de Moraes

terça-feira, fevereiro 17, 2009

identidade


"O Grito" - Eduard Munch


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Há os dias de olhar para trás. Sem balanços nessa mirada, tantas as luzinhas tremelicando em brilhos que inundam o caminho. Para mim é sempre assim. Cada ponto assombrando-me os passos, fantasmas que são carinhos a entretecer- me a vida e a história. Salpicos permanentes de afago e dor.

Não escolho as personagens que compõem o meu cenário. Todas se avolumam em séquito sem limites nem preferências. Abraço sem opções, o peito dorido no espanto de saber que, porque a todas amo, a todas traio, lhes forro as sombras com pedaços de alma que vou deixando pelo caminho. A própria identidade nesse amplexo.
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quinta-feira, fevereiro 05, 2009

País Relativo

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Por referência do "Causa Nossa", visitei o "País Relativo" e gostei do seu pensamento lógico. É que esta questão da má-língua nacional já tresanda a mesquinhez de carácter. O diz-que-disse pretende julgamento popular e não justiça. Depressa os portugueses esqueceram a Inquisição e a Pide, veículo destruidor de inimigos ou, simplesmente,de rivais.
Os homens e mulheres conscientes esperam a prova, não matam o réu antes do julgamento.
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música


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as sete filhas de eva

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"E, para minha surpresa, descobri que todos nos encontramos interligados, através das nossas mães, a umas quantas mulheres que viveram há dezenas de milhares de anos."
Bryan Sykes, Prof. de Genética da Universidade de Oxford, escreveu estas linhas há uns seis ou sete anos, aquando da publicação do seu livro "As Sete Filhas De Eva". Como sempre que se rompe com o estabelecido ou se percorre um caminho marcado pela competividade entre pares, este cientista lutou muito para ver reconhecido todo o mérito da sua investigação, hoje já consensualmente aceite naquele meio.
O seu livro relata alguns passos da descoberta do ADN mitocondrial, a sua especificidade feminina e a importância fundamental na identificação da ancestralidade clânica por via materna.
Esqueça-se o velho orgulho masculino. Eu descenderei de "Velda, Tara ou Yasmine...", não importa. Porém, a energia que me move chega-me, 45 mil anos depois, dessa mulher, ainda hoje identificável no sangue que me dá vida.
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esta linha que nos une

Envendos, finais do séc. XIX ou início do século XX.

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quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Dúvidas

"Noite estrelada sobre o Ródano" ou "O Café" - Van Gogh

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Sempre julguei únicos certos momentos. Mas que pensar daqueles que não abandonam a alma?! Sem ontem nem amanhã.
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quarta-feira, janeiro 28, 2009

em tempos...


a praia, meados do séc.XX .


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Naquele tempo, a praia era outra coisa. Nem todos tinham ao pé da porta belos horizontes glaucos, ondas desmaiando num areal tinido por vozes infantis. Tudo era comedido e singular e a aventura ampliava-se pela estranheza.
O fim de semana escolhido nascia em ânsias, no cesto imenso comida farta, contrariando os cânones actuais. Poucos quereriam repetir o banho, quase castigo, que o banheiro orientava, insuficiente para nublar a alegria desses dias.
Ainda sinto o esmagar de areia sob os pés descalços, a corrida livre no espaço aberto, o lassar vago das peias tutorais.

Com Sophia de Mello Breyner:

"Há muito que deixei aquela praia

De grandes areais e grandes vagas

Mas sou eu ainda quem na brisa respira

E é por mim que espera cintilando a maré vasa

Há muito,

(...)"

terça-feira, janeiro 27, 2009

sábado, janeiro 24, 2009

escritas e leitores

*

"

Lídia Jorge (por Vasco, tirada daqui)
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Ouvi, um destes dias, Lídia Jorge conversar sobre livros com F.J.Viegas. Avassaladora, a energia intelectual que me transmitiu. Fala com substância, cria emoção no ouvinte e passa-lhe a ânsia de saber e de experienciar. Denominador que se basta para uma personalidade interessante.
Confesso que lhe invejei a capacidade de escalpelizar o seu "bacKground" literário, a leitura profundamente analítica e a admiração por Faulkner e Virgílio Ferreira.
Entre os diversos entrevistados por F. J. Viegas, Lídia Jorge soube comunicar. Fez que me apeteça rebuscar arquivos, procurar esses autores, reinventá-los.

se não foste tu, foi teu pai...


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Os lobos espreitam....
Que final para a fábula?

pormenores

Tavira , portas do antigo mercado.
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por d'assis

quarta-feira, janeiro 21, 2009

o dia

a mensagem e o mito, ou os homens e a necessidade de deuses...

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Ainda não prestei a necessária atenção ao tão comentado e reinterpretado discurso de Obama. Cada um reinventa-o à sua medida, como acontece com evangelhos e tantos outros e díspares documentos. Pessoalmente - eu, que adoro a música das palavras! - atento mais na obra. E, com prazer o digo, acho inspiradoras as suas primeiras medidas.

terça-feira, janeiro 20, 2009

a neve

*

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Em Sursee, na Suiça (Susana).
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Linda, chega de Braga e foi há uma semana (Armando).
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segunda-feira, janeiro 19, 2009

paira no ar

Mação, em tempos idos...

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Velhinha, de idade incerta, esta imagem que se alonga mais do que as minhas origens. A rua e a casa - varandas de sacada a mostrar a sedução da Arte-Nova no interior beirão - eram as de meu pai e avós. A saudade de tempos não vividos é minha.
*
Paira ainda no ar
A energia de que brotei,
Reproduzida,
Inflamada,
Transformada,
Acrescentada,
Mas sempre nela
O fermento
Que me identifica.
*

Entre-Mãos

"não sabia que podia..."
No livro de Richard Dawkins, "A Desilusão de Deus"aparece-nos, logo nas primeiras páginas, uma historia de oportunidades falhadas: "Não sabia que podia"...
Não sabemos que podemos demasiadas vezes na vida. Triplicaríamos o vivido, o conhecimento, as alegrias breves dos momentos felizes. As tristezas e desilusões também, mas, sempre, valendo a pena.
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quinta-feira, janeiro 15, 2009

terça-feira, janeiro 13, 2009

hoje

A chuva estava prometida para Lisboa, mas o Sol aí está, quase aberto, afagador. Sinto-me desagriolhada, após tantos dias de frio embotante. Vou lá fora espanejar a alma, sem horas nem rotinas, desobrigada, aproveitar a tua ausência. Por vezes, a solidão pode ser saborosa.
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segunda-feira, janeiro 12, 2009

cinema

a verdadeira história, nos jornais, e os vídeos do filme, clicando em changelingmovie
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imagem da "Visão"

domingo, janeiro 11, 2009

antigamente...

botins, polainas, chapéu de coco....
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("bons velhos tempos", em Mação, finais do séc. XIX, início do séc.XX)
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Ainda ouço os teus passos no corredor
Da velha casa.
Os ombros arqueados, altivos,
Na moldura da janela,
" sem casaco não se assoma ".
Um passado que resiste nas normas que acordam
O interior da alma.
Mas a velha gata ronronava, feliz, nos teus afagos.
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sábado, janeiro 10, 2009

a neve

em Portugal, pelo "Público"

A neve pôs uma toalha calada sobre tudo.
Não se sente senão o que se passa dentro de casa.
Embrulho-me num cobertor e não penso sequer em pensar.
Sinto um gozo de animal e vagamente penso,
E adormeço sem menos utilidade que todas as ações do mundo.
in "Poemas Inconjuntos" Heterónimo de Fernando Pessoa

relembrar o passado em...

e revivê-lo...
(clique p/ ver o vídeo)
A cidade ainda não o era, mas já grande na dimensão dos olhos que a viam, avenida larga, jardim a estrear, coreto e música nas noites estreladas e quentes daqueles Verões. Tinha castelo e choupal, e até os velhos baloiços do parque são agora brinquedos da imaginação. Atirei-me de um deles, andamento moderado, é verdade, mas o que interessa é o pavor nos sentidos, vindo não sei de onde, talvez ainda memórias daquela tarde em que minha irmã, "a quase-mãe", deixou brotar as tentações naturais da idade, e me levou no colo às oscilantes alturas de onde planei directa para o chão. Ficou-me o trauma, por certo, que ainda hoje, baloiço e alturas, são vertigens com que não caso...
E a igreja onde me escondi, dois dias a fio, receosa das palmatoadas da D. Gertrudes. Professora exigente e arrebitada, pouco íntima das minhas timidezes e da displicência do meu pai na exigência dos materiais. Não me perdoou ser filha de "Dr"e não precisar das explicações domésticas e pagas. Vergou durante as provas finais, para me incitar a doirar-lhe o currículo com ansiada distinção. Consegui, para mérito e glória próprios.
O velho Tribunal, antigo Convento, lajes gastas pelos passos de tantos e tão diversos, vetusto claustro florido, orlado de campânulas lilases que, com desgosto, já não encontrei.
A velha e grande casa resiste. Grande ainda no tamanho e nas emoções que guarda.

sexta-feira, janeiro 09, 2009

Apelo ancestral

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A imagem vem no Lifecooler, publicada por José Santos. É um recanto em Penedo Furado, Vila de Rei. Recorda-me, não longe, Mação. A Mação paterna.
Cidadã quase nómada que sempre fui, sinto no peito a chama das radículas que desconheço. O encontro com alicerces da minha história inflamam sempre o meu estro. Anseio por cada bocadinho que reflicta esse espaço.

Olhares

reflectir entre janelas ...



Lisboa por d´assis
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Entre-Mãos

a digerir...


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O funcionamento do cérebro e as capacidades evolutivas dos animais, em geral, e a do Homem, em particular, são assuntos apaixonantes. Por isso, esta escolha.ELKHONON GOLDBERG, neurologista americano, investigador, ao ver chegar a meia-idade, voltou os seus interesses científicos para este tema. Desafiaram-no questões tais como "actividade-idade-capacidade neuronal" ou ainda "poder-idade-demência". Nestes contextos, líderes famosos como Hitler, Estaline ou Reagan.
Apesar de tudo, tira conclusões optimistas e interessantes. De reter: "Uma pessoa não nasce para ser sábia: uma pessoa torna-se sábia e esse é o prémio de uma longa jornada."

música


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quinta-feira, janeiro 08, 2009

Entre-Mãos (Toda a Geografia do Mundo)

a rever





Dois autores - JEAN-CLAUDE BARREAU e GUILLAUME BIGOT - com poderoso curriculum universitário, e uma obra que abarca, em simultâneo, aspectos geográficos e históricos. Prende o interesse pela análise contextualizada dos lugares. Exige atenção crítica pela subjectidade com que é feita a análise dos factos.
Curiosa a forma como vai abordando assuntos tão diversos como, por exemplo, a diferenciação ( e respectivas consequências sociais e políticas) entre a montanha-passagem ou a montanha-fronteira, a explicação dos períodos de reaquecimento terrestre ou ainda a afluência dos "pieds-noirs" no mundo actual.

De interesse como reavivadora de conhecimentos.

museu de arte antiga


Titus foi o único filho de Rembrandt que sobreviveu à infância, mas o seu nascimento custou a vida da mãe, Saskia. Da Holanda chega-nos um dos retratos em que o pintor o imortaliza. Vai estar exposto em Lisboa, até 8 de Fevereiro, no Museu de Arte Antiga.

Rituais

Os xamãs peruanos, em Lima, ritualizam desta forma o pedido de um novo ano feliz.

terça-feira, janeiro 06, 2009

Entre-Mãos

Estou a ler

..