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Saí da A23 e entrei no "carreiro" quea nos leva Mação. Ia sózinha, que isto de memórias é difícil partilhar mesmo com os que nos estão mais próximos. Virei à direita e logo surgiu a indicação da velha ponte romana. Deixei o carro para a percorrer a pé, filmando todos os pormenores, que me pareciam novos. Não os consigo ligar à imagem da ribeira transbordante, que a burrica se recusava a transpor, albarda na barriga devido ao esforço, e nós todos com ela, escorregando e gritando. Da água, vestígios. Decerto seria outra, a ribeira, e mais distante.
Já na vila, procurei os passos daqueles verdes anos. E lá estava ela, a velha casa onde me via à janela, pequenina e tímida, ouvindo o "Zé Courela": "Não quero que tu vás à monda, nem ao ribeiro lavar, /não quero que tu vás à monda, que tu vás à monda, que tu vás mondar..."
2 comentários:
Quem me dera ter terra..mas não.
Ando a ver se invento uma.
Quem sabe se...será saloia
Com os cheiros do pão e da maresia
(anónimo)
Também não tenho "terra", tenho recordações dispersas por vários locais. Tento juntá-las, personalizá-las e criar-me a mim própria...
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