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quarta-feira, maio 16, 2007

O Banho - estórias de pudores

"O Banho" - tela de Renoir
O prazer do banho é a moleza do corpo na suavidade da espuma, a carícia da água na curvatura da pele. Leveza perdida na expulsão uterina, protestada e revisitada. Prazer denso, estendido poro a poro, sem que o objectivo se distinga do processo. Públicos ou privados, de acordo com os tempos, desde a antiguidade.
No Impéro Romano houve períodos de liberdade total com mistura da nudez dos sexos, que os cristãos olharam como deboche. Ruínas romanas provam-nos hoje a disseminação da sua prática termal. Justiniano, imperador cristão, legislou contra esses locais impróprios e o seu Código permitia o repúdio da mulher que os frequentasse. Mais tarde, na Alta Idade Média, santo que se prezasse recusava o banho: o prazer negava a santidade...
Noutros períodos da Idade Média, no entanto, não havia esse pudor. No Palácio de Carlos Magno, banhavam-se cem ou mais em simultâneo, bem antes de se inventar o fato de banho. E os adultos tornavam-se cristãos atavés do baptismo, com imposição de banho em comum e nudez, simbolismo da pureza do corpo (apoio na obra de Jean-Claude Bologne).

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