Quando o faraó Tutmés II, marido e meio-irmão de Hatshepsut, morreu, o seu único filho varão era menor e filho de uma esposa secundária (talvez apenas comcubina). Hatshepsut aproveitou a ocasião e tornou-se a regente do Egipto. Procurou depois alongar-se no poder, adoptando todas as formalidades, fazendo-se representar como um rei (homem) com barba, e apoiando-se nos sacerdotes e nos funcionários leais, que haveriam de lhe compor uma ascendência divina, legitimadora desse poder. A respectiva inscrição consta do espectacular templo mortuário, escavado nos penhascos a oeste de Tebas, no local hoje chamado Deir el-Bahari. Fazendo jus à política de conquistas de seu pai, Tutmés I, realizou uma expedição à lendária região do Punt, de onde regressou com ébano, cosméticos, macacos, e todas as madeiras de aroma agradável, resina de mirra e árvores de incenso, que fez plantar em frente do seu templo funerário.
A sua tumba foi, há muito, achada saqueada. Agora pode ser identificada a sua múmia, 3,5 mil anos depois, através de um dente religiosamente guardado através dos tempos e que está ainda a ser sujeito a testes de ADN, de acordo com as notícias divulgadas pelo arqueólogo Zai Hawass. (Ver a obra 'Vida e Sociedade -Nas Margens do Nilo', e o art. do New York Times)