" Salazar a vomitar a pátria" -obra de Paula Rego
Comecei por ficar espantada quando se tornou evidente que a figura de Salazar ia ganhar o dito concurso. Eu, que sempre achei disparatado organizar concursos deste tipo, reforçava as convicções : as pessoas responsáveis não perceberam que, sendo importantíssimo criar programas culturais e de debate, transformá-los em imitação de eleições é caricato e desonesto? Lembro aqueles outros fóruns televisivos, interessantes ou não de acordo com os temas escolhidos, mas que logo anulam toda a seriedade quando lhes juntam ridículas perguntas tais como " quem acha que vai ganhar" ou "concorda com a opinião deste ou daquele"...
Num universo limitado de quem tem acesso ao respectivo canal e, pior ainda, de quem esteja a visioná-lo no momento e, sobretudo, esteja disposto a intervir numa situação que não tem o peso decisório de uma eleição, fácil é deduzir que os resultados se transformam em farsa. O problema é quando a brincadeira é de mau gosto e reveste um significado ofensivo para aqueles que viveram a realidade objectiva e não apenas a teorização da mesma.
Não me foi possível passar ao lado destes acontecimentos, daí esta interrupção do meu "retiro" temporário de intervenção neste meio.
Sem comentários:
Enviar um comentário