PICASSO, PICASSO,PICASSO

segunda-feira, outubro 23, 2006

Egofonias

De um nada nasce a diferença. Andava eu naufragada, perdida entre uma abúlica e inesperada indiferença por aquilo que antes tanto me entusiasmava e uma certa (des)convicção do que vale, ou não, a pena, quando se escancarou a porta que interliga emoções em qualquer peito, caminhantes de qualquer latitude. Li e reli o meu último impublicado texto, fechado numa erótica sensação de vazio e de voyeurismo existencial.
"Tumba,
écran gigante, cortinas cerradas coando a luz que me induz, sonâmbula.
A corrida é lá fora, fica a dormência do que vive por dentro.
Dilatada a ilusória forma do que pode ser. Sou e não sou.
A esmo dormito e galgo escadas , sem rumo e sem fim.
No caminho as pedras, flores do meu sonho."
*
Despedaço os pensamentos e o texto. Vou refazer o sentido, na assumpção da onda magnética que o submergiu. Cada dia, uma vida.

2 comentários:

Anónimo disse...

Porque passei por aqui
E o meu blog tem o nome deste post
Não consegui deixar de comentar a coincidência

Anónimo disse...

Já agora como me lembrei da palavra.

Uma egofonia é um sinal médico. Os livros descrevem que na auscultação de um doente com pneumonia escutam-se por vezes egofonias (nunca auscultei nenhuma!)

O segundo sentido é que lhe é óbvio... Sons da alma.

E assim, do jogo de palavras, nasceu o nome do blog. :)

Cordialmente