PICASSO, PICASSO,PICASSO

quinta-feira, março 09, 2006



O Jardim e a Noite

Atravessei o jardim solitário e sem lua,
Correndo ao vento pelos caminhos fora,
Para tentar como outrora,
Unir a minha alma à tua,
Ó grande noite solitária e sonhadora.

Entre os canteiros cercados de buxo,
Sorri à sombra tremendo de medo.
De joelhos na terra abri o repuxo,
E os meus gestos foram gestos de bruxedo.
Foram os gestos dessa encantação,
Que devia acordar do seu inquieto sono
A terra negra dos canteiros
E os meus sonhos sepultados
Vivos e inteiros.

( Sophia M. Breyner Andersen
, claro)


Hoje, estou farta de discursos, de análises, de cerimónias, de entrevistas, de bla-bla-bla-bla...
Hoje,apetece-me a tranquilidade,a solidão, a languidez. Hoje, hoje, eu quero a lua...

Entre-portas

in"P. D."
Uma mesma porta ,dois sentidos.Um que sai ,outro que entra : La Palisse...
Os próximos dias (meses, anos?) dedicados ao"duelo" Sócrates - Cavaco", generosamente colocados na mira da cusquice democratizada. Não sei se lhes vou prestar muita atenção( não resistirei por certo, mas também não degluto o empolamento constante da banalidade face à subsbtância : - agudizou-se a crise : Cavaco espirrou esta noite e Sócrates veio dizer que foi pela manhã"... )
Aliás,o pior é a escolha. Viram aquelas "criaturinhas", muitas delas nem parvas são , numa tonta conversa, num tonto programa,a fazer umas tontas perguntas sobre "eles e elas"?Aqueles neurónios, os nossos neurónios,não poderiam utilizar-se melhor? Pois digam mal do Sócrates, do Cavaco, de ambos ou de outro qualquer,façam críticas ásperas,justas, critiquem, sim, mas não gastem tantas energias apenas em "circus".

Apesar disso, o novo ciclo merecia uma atenção redobrada, mas ultrapassa-me às 2-30 horas da manhã...


(Breve nota: Não retirem outras ilações do título, que está cedo para regressos, felizmente...)

quarta-feira, março 08, 2006

Ontem e Hoje

Da Sofia de Mello Breyner Andresen

ESPERO SEMPRE POR TI

"Espero sempre por ti o dia inteiro,
Quando na praia sobe, de cinza e oiro,
O nevoeiro
E há em todas as coisas o agoiro
Duma fantástica vinda."

Hoje como ontem, em ti todas as mães, para lá da sinalização dos dias .

quarta-feira, março 01, 2006

Carnavais



Do Carnaval que passou, não há muito a dizer. Tvs,blogs,anónimos,muitos foram os que se encarregaram de o discutir, mais do que vivê-lo.
Do Brasil,as imagens repetitivas,frenesim de gente que vive o ano todo para um dia só e que se embriaga na convicção da alegria ,nem sempre realizada.
A lusa gente repartida em cortejos, sambados na chuva, perdida a imaginação criadora e o significado de antigos cultos pagãos : A Primavera que chega, as recordações dos deuses campestres (ou dos demónios) cujas máscaras podemos ainda tentar evocar nos seus disfarces(?).
A catarse civilizou-se, acompanha os tempos, já poucos precisam dela, que os costumes são mais livres e o subconsciente menos litigante ...

Da festa diz Jacques Heers que" reflecte e testemunha também, preocupações, intenções políticas, relações de força....Começando por ser um simples jogo, derivou forçosamente para uma lição de civismo e submissão..." :


Entrudo ou carneirada?!

(
a obra pictórica é de Kasimir Malevich)